Thursday, February 1, 2007

PÃO DO BRASIL (4)



Foto: pirão


A tapioca aproxima-se, funcionalmente, do conceito europeu de pão.

Produzida, igualmente, com o amido extraído da mandioca, também é conhecida como polvilho, goma ou beiju e, quando espalhada sobre uma chapa aquecida, ou numa vulgar sertã – os índios usavam uma panela - coagula e agrega-se (compacta-se). Normalmente, é servida recheada com coco, queijo ou manteiga, podendo ser incorporados outros ingredientes mais exóticos. É um alimento usado na primeira refeição do dia ou, então, mais raramente, no lanche.

Na época dos descobrimentos a tapioca era a base da alimentação dos índios tupis-guaranis e, por consequência, a sua utilização estava difundida ao longo de todo o litoral brasileiro. Com a colonização alguns aspectos desta manipulação totalmente artesanal vieram a modificar-se. Os portugueses introduziram a chamada “Casa de Farinha” e todo o processamento da sua produção alterou-se. Aa mandiocas eram levadas, ficavam submersas em água, depois limpas e finalmente raladas (ralador ou cevadeira), formando uma “massa” húmida que era recolhida num cocho (recipiente escavado de madeira). Do cocho passava para o tipiti (cesto) e sob pressão era retirado o excesso de humidade e despojada de um líquido tóxico (venenoso?) chamado manipueira (contém ácido anídrico). A massa resultante era levada ao forno alimentado a lenha, permanente mexida por uma pá, ficando torrada. A maior parte destes instrumentos eram movidos pela “roda de água”. Estamos, ainda, numa época pré-industrial.

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