Thursday, March 29, 2007

Thursday, March 8, 2007

Wednesday, February 28, 2007

Saturday, February 24, 2007

Friday, February 23, 2007

PÃO DO BRASIL (7)

O Brasil foi a primeira região colonizada no território sul-americano a exportar trigo para a Europa.
No século XVIII, após a chegada de colonos açorianos ao actual Estado do Rio Grande do Sul, houve um notável incremento da produção cerealífera, tendo, por exemplo, nos anos de 1780 e 81, sido colhido mais de 60.000 alqueires de trigo. Nesta altura, havia o incentivo de exportar trigo para Portugal o que, em paralelo, motivou o contrabando deste cereal para Montevideu.
No século XIX, os trigais (e outras culturas) são atingidos pela chamada praga da “ferrugem”, favorecida pelas condições de calor e humidade existentes nas zonas de plantação habitual. Tentou-se corrigir esta praga, procurando outros terrenos em diferentes latitudes e altitudes, já que se conhecia o facto de os fungos necessitarem, para se desenvolver, de calor e humidade. Tais medidas não conseguiram debelar a crise e a consequência natural foi a lenta ruína da produção de trigo que se tornou notória no início do séc. XX.
Faltou, nesta altura, uma política agrária expedita que contornasse este problema e conduzisse à introdução de variedades de trigo resistentes à “ferrugem”, com boa adaptabilidade às condições climáticas e dos terrenos brasileiros.
Por outro lado, houve clamorosas falhas na prevenção da ferrugem, nomeadamente a administração precoce de produtos anti-fúngicos nas plantações. Os agrónomos sabiam que só a precocidade do tratamento era eficaz. Todavia, essa estratégia não foi aplicada. Mais tarde, depois de várias intervenções estatais inconsequentes, só a inestimável intervençaõ do geneticista sueco Iwar Beckman, surgiu uma variedade híbrida "frontana", resistente à ferrugem amarela. A consequência, a médio prazo, foi a retoma da produção de trigo.